domingo, 22 de novembro de 2009

no Redondo, Alto Alentejo, Portugal.





REDONDO

Redondo é uma bonita vila Alentejana, sede de conselho, muito afamado pelos seus produtos em barro e pelo seu vinho de qualidade.
Toda a região do Redondo apresenta vestígios de ocupação desde longínquos tempos da pré-história, com numerosos monumentos megalíticos de grande interesse, como as Antas da Vidigueira, do Colmeeiro, da Venda do Duque e as da Candeeira, entre tantos outros.
As suas ruas calmas e simples, de baixo casario alvo, decorado com uma alegre faixa colorida, respiram a paz de espírito da região Alentejana, por entre interessantes monumentos como o Castelo, as Igrejas Matriz(Séc.XVI e XVII), a da Misericórdia num bonito estilo Manuelino, a do Calvário(Séc.XVII) ou a de Nossa Senhora da Saúde do Século XVII, bem como o precioso Pelourinho da Vida.
A combinação de férteis solos de granito e xisto, possibilitam a produção de um dos maiores bens da região: o vinho, sendo esta uma das regiões de Denominação de Origem Controlada(D.O.C.) do país.
A tradição em Redondo ainda é o que era, produzindo-se ainda hoje artesanato com técnicas bem antigas que o caracterizam, como é o caso da produção de peças utilitárias e decorativas em barro, com decorações muito próprias, algumas com motivos florais, outras retratando a vida rural Alentejana.
Estes dois importantes tipos de produção típica do Redondo, estão patentes nos dois Museus a eles dedicados: o Museu do Vinho e o Museu Barro.
Bem próximo da Vila, fica o bonito Convento de São Paulo, também conhecido por convento de São Paulo da Serra de Ossa, ou Convento D´Ossa, situada na Serra de Ossa, um edifício conventual do Século XIV, hoje em dia transformado num reputado Hotel de luxo.

Fotografias Zito Colaço.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

em Monsanto - "A aldeia mais portuguesa de Portugal".






"A ALDEIA MAIS PORTUGUESA DE PORTUGAL".

Monsanto deslumbra pela sua posição alcandorada num abrupto cabeço, pela harmonização e interpenetração das suas casas com rochedos graníticos, pela sinuosidade das suas ruas estreitas, pela riqueza dos elementos arquitectónicos e decorativos que se deparam em cada esquina e pela firmeza do castelo roqueiro que, lá do cimo, domina amplos horizontes.
A aldeia de Monsanto é uma verdadeira sinfonia de granito, de engenho e de arte. Umas vezes são lajes de granito a servirem de chão, outras são enormes penedos a servirem de parede ou de telhado. Referência paradigmática é a "casa de uma só telha".
Monsanto encanta, também, pela originalidade do seu artesanato - os adufes, as maratonas e as rocas, pela riqueza das suas histórias e lendas e, ainda, pela grandiosidade das suas festividades de cariz popular. Entre as festividades há que salientar a Festa das Cruzes ou Festa do Castelo(a 3 de maio ou no fim-de-semana seguinte).
Aparentemente enraizada numa tradição pagã, foi cristianizada e nacionalizada pela sobreposição
da Lenda do Cerco (segundo uns, cerco dos mouros, segundo outros, cerco dos castelhanos) na qual, estando sitiado no castelo, se lançou sobre os inimigos uma vitela com o estômago cheio de trigo, em sinal de abundância, conduzindo ao levantamento do cerco e tornado infrutífera uma espera de sete anos. Desde então, a festividade nunca mais foi interrompida e, em sinal de evocação do episódio da vitela, são lançados, do ponto mais alto do castelo, potes de barro cheios de flores.

Fotografias Zito Colaço

domingo, 8 de novembro de 2009

Gente de S.Miguel, Açores, Portugal.





A ILHA DO ARCANJO

Eu vos direi da ilha que na dorna do Arcanjo é eterna em chão escasso. Fulva de gado ao dia. À noite, morna. Embebida no verde. E o mar colaço.
Ilhado alumbramento em templo torna a unção de contemplar. Um ténue traço de garça entre água e céu. A paz encorna em lagoa e lavoura o tempo e o espaço.
Tanto silêncio confiado à luz! Treme um nenúfar se um trilho tremeluz. Caiam o sol de azul os agapantos.
Na cevadeira a broa luminosa, romeiros no persiguam com uma rosa. Suas rezas joeiram pombos santos.

de "O dilúvio e a pomba".
Natália Correia

Fotografias Zito Colaço