sábado, 22 de novembro de 2008

Bilma Safari, em Donãna/El rocío

Espanha



em Angra dos Reis

Brasil



Bilma Safari, em Búzios

Brasil



Búzios

Um dos mais falados balneários do Brasil, Armação dos Buzios ou apenas Búzios, é uma península de 8km, rodeada de ilhas e com mais de 20 praias de todos os estilos.

O que já foi uma pequena vila de pescadores, atualmente, é um lugar muito charmoso, onde a maioria dos estabelecimentos são ateliês, pousadas, sofisticados cafés ou rústicos restaurantes e, no interior, faz parte da decoração um retrato da musa Brigitte Bardot, que depois de ter passado pelo lugar na década de 60 atraiu a atenção dos artistas e turistas do mundo inteiro. A cidade recebe correntes marítimas do Equador de um lado e correntes marítimas do Pólo Sul do outro, o que faz com que tenha praias tanto de águas mornas quanto de águas geladas. Entre as principais praias, destacam-se Geribá, João Fernandes, Ferradura, Ferradurinha, Rasa, Manguinhos, Tartaruga, Brava e Olho-de-Boi, esta última reservada para a prática do Nudismo.

Muita gente também passa por um dos mais conhecidos locais de Búzios, a Rua das Pedras. Várias nacionalidades, vários estilos e muita gente bonita faz dessa rua um excelente lugar para encontros e paqueras. Aqui você encontra os melhores restaurantes, bares, discotecas, boates com uma diversidade de pratos, drinks e muita diversão. Para as compras é encontrada uma diversidade de lojas, grifes famosas, boutiques e tudo para satisfazer o turista e a madrugada não tem hora para acabar em Buzios, você sempre encontra alguma coisa para fazer.

A diversão é garantida pelo circuito gastronômico, composto por 126 restaurantes e seis casas noturnas. A cozinha brasileira e internacional é bem representada, há restaurantes italianos, orientais, mexicanos e, como não podia faltar, franceses e argentinos, já que franceses e portenhos são os turistas que mais visitam a cidade. Para quem não quer arriscar, há também boas opções de restaurantes self-service. Não deixe de visitar Buzios, mas venha sempre bem preparado e com tempo sufuciente para conhecer a cidade caso não conheça, pois um fim-de-semana é pouco para esta cidade.

Fotografias Zito Colaço

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Bilma Safari, em Marrocos






Marrocos (em árabe: المغرب, al-Maġrib; em berbere: Amerruk / Murakuc), oficialmente Reino de Marrocos (em árabe: المملكة المغربية, al-Mamlakah al-Maġribiyya; em berbere: Tageldit n Umerruk) é um país localizado no extremo noroeste da África, estando limitado a norte pelo Estreito de Gibraltar (por onde faz fronteira com a Espanha), por Ceuta, pelo mar Mediterrâneo e por Melilla, a leste e a sul pela Argélia, a sul pelo Mauritânia através do Saara Ocidental (território que controla) e a oeste pelo Oceano Atlântico. A capital do país é a cidade de Rabat. Marrocos retirou-se da União Africana, quando o Saara Ocidental foi aceito como membro.


Marrocos, tal como grande parte do Norte de África esteve sucessivamente sob o domínio dos fenícios, do Império Romano e do Império Bizantino até à chegada dos árabes, que trouxeram o Islão e fundaram o reino de Nekor, nas montanhas do Rif, no século VII.

Os berberes, no entanto, assumiram o controle no século XI e governaram, não só Marrocos (agregando-lhe reinos vizinhos), mas também a parte sul da península ibérica, até ao fim do século XII.

Em 1415, Portugal vira os olhos para a África e empreende a conquista de Ceuta e, no século seguinte, a maior parte do litoral marroquino estava nas mãos de portugueses e espanhóis. Ceuta continua sob soberania espanhola até hoje.

Em 1904, na Conferência de Algeciras, a Inglaterra concedeu à França o domínio de Marrocos, cujo sultão tinha contraído uma grande dívida com aquele país da Europa (em troca, a França concordou que o Reino Unido governasse o Egipto). Em 1859, a Espanha anexara Marrocos, anexação essa que terminaria quando o sultão marroquino Moulay Abd al-Hafid aceitou em 1912 o estatuto de protectorado francês.

A seguir à Segunda Guerra Mundial, de acordo com a Carta do Atlântico (assinada em 1941 Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt, em 1941), as forças vivas de Marrocos exigiram o regresso do sultão Mohammed V e em 1955 a França, que já se encontrava a braços com insurreição na Argélia, concordou com a independência da sua colónia, que foi celebrada dia 2 de Março de 1956.

A mudança do controle francês sobre Marrocos para as mãos do sultão e do Partido Independentista Istiqlãl decorreu calmamente.

Em Agosto de 1957, Mohammed V transformou Marrocos em um reino, passando a usar o título de rei. Quando, em 1959, o Istiqlãl se dividiu em dois grupos (um, abrangendo a maioria dos elementos do Istiqlãl, conservador e obediente a Mohammed 'Allãl al-Fãsi, apoiante do rei; outro, de carácter republicano e socialista, que adoptou o nome de (União Nacional das Forças Populares), Muhammed aproveitou a oportunidade para distanciar a figura do rei dos partidos, elevando-o a um papel arbitral.

Tal manobra política contribuiu decisivamente para o fortalecimento da monarquia, como se verificou no referendo de 1962, já com Mulay Hassan, filho de Mohammed V (falecido em 1961), como rei Hassan II, em que foi aprovada uma constituição de cariz monárquico-constitucional.

Um ano após, foram realizadas eleições parlamentares que levaram a conjuntura política a um beco sem saída. Tal facto permitiu a concentração de poderes em Hassan II, como ficou demonstrado na Constituição de 1970, que não sobreviveu a uma tentativa de golpe de Estado, em 1971. Sucedeu-lhe uma outra Constituição em 1972, que só foi implementada efectivamente após outra tentativa de golpe de Estado em Agosto desse ano.

O ano de 1974 marcou o início de uma nova orientação da política de Hassan II, a partir do momento em que Marrocos declarou a sua pretensão sobre o Saara Espanhol, rico em minérios (sobretudo fosfato), pretensão essa que foi concretizada em Novembro de 1975, com o avanço da "Marcha Verde", constituída por 350 000 voluntários desarmados, sobre o protectorado da Espanha, que evitou o conflito e conduziu à assinatura de um acordo em que eram satisfeitas as ambições de Marrocos.

No entanto, muitos têm sido os obstáculos à política marroquina: primeiro, a luta da guerrilha Polisário (Frente Popular para a Libertação de Saguia e do Rio do Ouro), apoiada, quer pela Argélia, quer, mais tarde, pela Líbia, e que recusou, inclusive, os resultados de um referendo promovido por Hassan II em 1981; segundo, a condenação por parte das ONU; e, terceiro, a criação do Saara Ocidental em 1989, que tem obtido o reconhecimento de um número crescente de países.

Em 1994, o secretário-geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali, propôs um aprofundamento das negociações com o objectivo de promover um processo de recenseamento eleitoral o mais completo possível, de modo a um futuro referendo ter uma legitimidade aceitável por ambas as partes.

Por último, é de salientar o papel que Marrocos tem desempenhado no importante processo de paz na Palestina, através de um relacionamento equilibrado entre Hassan II e as partes beligerantes, a Organização de Libertação da Palestina (OLP) e Israel, que permitiu, nomeadamente, o estabelecimento de interesses económicos naqueles países.

Geografia

Localizado no chamado Magrebe, o reino de Marrocos é banhado pelo oceano Atlântico a oeste, e pelo mar Mediterrâneo a norte, e faz fronteira com a Argélia a leste, a sul e sudeste com a Mauritânia. Abrange uma área total de 446 550 km². A capital, Rabat, com uma população de 1 618 700 habitantes (2004), destacando-se também outras cidades, como Casablanca, a maior do país, com 3 741 200 habitantes, Tânger (629 800 habitantes) e Fez (1 019 300 habitantes).

Marrocos caracteriza-se por ser um país montanhoso, destacando-se duas cadeias montanhosas: o Rif, com a orientação noroeste-sudeste, que faz, geologicamente, parte das cordilheiras do Sul da Península Ibérica, e que tem como ponto mais alto o monte Tidirhine com 2456 m; e a Cordilheira do Atlas, no Centro do país, com a orientação leste-oeste, cujo ponto mais alto é o monte Tubkal (4165 m). A leste, situa-se a bacia do Muluya, uma região de terras baixas, semiárida, criada pela erosão do rio Muluya. Mais a leste e a sudeste, encontram-se os altos planaltos, com cerca de 1000 metros de altitude. No Sul, iniciam-se as terras áridas do deserto do Saara.

Demografia

Grupos étnico-linguísticos em Marrocos em 1973.

Em 2003, a população era de 31 689 263 habitantes, que vivem principalmente nas áreas planas a norte e oeste da cadeia do Atlas. As taxas de natalidade e de mortalidade são, respectivamente, de 23,26‰ e 5,78‰.

A esperança média de vida é de 70,04 anos. O valor do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,654 e o valor do Índice de Desenvolvimento ajustado ao Género (IDG) é de 0,590 (2001).

Estima-se que, em 2025, a população seja de 42 553 000 habitantes. Os árabes representam cerca de 70% da população e os berberes 30%; todas as outras etnias não chegam a corresponder a 1%. A religião dominante é a muçulmana sunita (99%). A língua predominante no país é a variante marroquina do árabe.

Política

Marrocos é uma monarquia constitucional, com um parlamento eleito democraticamente, mas em que o rei é igualmente o chefe do governo.

Política interna

A aliança de forças políticas que patrocinaram a independência manteve-se no poder até 1958, quando o Istiqlal assumiu o Governo. Pouco depois, o partido dividiu-se em duas facções. A ala esquerda, excluída da administração central, venceu as eleições legislativas realizadas em 1960, tornando-se importante força de oposição ao Governo conservador então no poder. Em 1961, com a morte do Rei Mohammed V, subiu ao trono seu filho, Moulay Hassan, que passou a governar com o nome de Hassan II.

Política externa

Em seu conjunto, a política externa de Marrocos pode ser qualificada de ecuménica, na qual cabem relações, embora frias, com Israel, e bom entendimento com os Estados Unidos, excepto no que diz respeito a diferenças quanto ao Oriente Médio. Além disso, Marrocos vem ampliando o escopo de sua actuação diplomática, mediante a intensificação das relações com a América Latina e o Extremo Oriente – especialmente com a República Popular da China e Coreia do Sul. Mohammed VI está pessoalmente empenhado em diversificar e intensificar a presença marroquina no cenário internacional.

Subdivisões

Regiões de Marrocos.

Marrocos está dividido em 16 regiões (capitais entre parênteses):

  1. Chaouia - Ouardigha (Settat)
  2. Doukkala - Abda (Safi)
  3. Fès - Boulemane (Fès)
  4. Gharb - Chrarda - Béni Hssen (Kenitra)
  5. Grand Casablanca (Casablanca)
  6. Guelmim - Es-Semara (Guelmim) (*)
  7. Laâyoune - Boujdour - Sakia El Hamra (Laâyoune) (*)
  8. Marrakech - Tensift - Al Haouz (Marrakech)
  9. Meknès - Tafilalet (Meknès)
  10. Oriental (Oujda)
  11. Oued Ed-Dahab - Lagouira (Dakhla) (*)
  12. Rabat - Salé - Zemmour - Zaer (Rabat)
  13. Souss - Massa - Draâ (Agadir)
  14. Tadla - Azilal (Béni Mellal)
  15. Tanger - Tétouan (Tanger)
  16. Taza - Al Hoceima - Taounate (Al Hoceima)

(*) As regiões indicadas por asteriscos estão parcialmente ou totalmente localizadas no Saara Ocidental.

Economia

A economia deste país baseia-se na agricultura, nos serviços, na indústria transformadora e na exploração mineral.

A terra arável abrange oito milhões e meio de hectares e proporciona produções de trigo, milho, cevada, citrinos, cana-de-açúcar e algodão, entre outras. A exploração mineral centra-se na extracção de fosfatos no Saara Ocidental.

As principais produções das indústrias transformadoras são os produtos alimentares, os têxteis, os artigos de couro e os adubos. O turismo constitui uma importante fonte de receitas. Os principais parceiros comerciais de Marrocos são: Portugal,França, Espanha, EUA e Alemanha.

Cultura

Um dos grandes eventos de Marrocos é a ultra-maratona na areia, que é disputada no sul do país. Os competidores percorrem 206 quilómetros em seis etapas. Os participantes carregam uma mochila com todo o material necessário, mas só podem beber nove litros de água por dia. Tempestades de areia e bolhas nos pés são os maiores obstáculos. Em 1994, o vencedor foi o russo Andrei Derksen, com dezasseis horas e 55 minutos.

No jantar marroquino, as mesas geralmente não ficam preparadas, pois os pratos são trazidos pouco a pouco. Uma empregada ou um membro mais jovem da família (sempre uma mulher) traz uma bacia de metal com sabão no meio, às vezes feito de esculturas artesanais, e água em volta. As mãos são lavadas e uma toalha é oferecida para secá-las. Os marroquinos têm o costume de beber chá verde com hortelã (menta) e açúcar antes e depois da refeição. Agradecem a Deus dizendo bismillah. Eles comem primeiramente de um prato comunitário, com a mão direita, o polegar e os dois primeiros dedos. No fim das refeições, agradecem novamente dizendo all hamdu Lillah, que quer dizer: "graças a Deus" e repetem o ritual de lavar as mãos.

Desportos

No desporto, teve como grande astro o atleta Hicham El Guerrouj, o mais rápido meio fundista de todos os tempos, detentor de três recordes mundiais homologados pela IAAF: 1500 metros, milha (1609 metros) e 2000 metros.

Feriados

Data Nome em português Nome em árabe Observações
2 de Março Independência عيد الاستقلال
1 de Maio Dia do Trabalhador عيد العمال
23 de Maio Dia da Nação يوما للأمة
9 de Julho Dia da Juventude يوم الشباب
13 de Julho Coroação do rei Mohammed VI يوم تتويج الملك
30 de Julho Festa do Trono L'Aïd el Arch الطرف على العرش
14 de Agosto Dia da Lealdade أيام المعرض
20 de Agosto Aniversário do Rei

Bilma Safari, no Festival Islámico de Mértola





terça-feira, 4 de novembro de 2008

Bilma Safari, com o fotojornalista Vasco Célio

Marrocos



Bilma Safari, em Havana.






Havana (em espanhol: La Habana) em é a capital e a maior cidade de Cuba e encontra-se na província Ciudad de La Habana. Tem cerca de 2,4 milhões de habitantes. Cidade de uma rica tradição histórica e cultural, caracteriza-se por ser eclética e monumental ao mesmo tempo.


História

Sendo a área onde hoje se situa já conhecida por colonizadores espanhóis em 1514, com o nome de Villa de San Cristóbal de la Habana, a sua localização actual, junto ao porto de Carenas, só aconteceu em 1519, ano oficial da fundação.

Chamada A Cidade das Colunas pelo escritor Alejo Carpentier, tem uma área metropolitana de mais de 750 km² e está constituída por numeroso bairros entre os quais se destacam El Vedado, El Cerro, La Víbora, Miramar, Marianao, Santos Suárez entre outros.

No século XVII, tornara-se uma das mais importantes cidades das Caraíbas[desambiguação necessária] e centro de construção naval. O seu centro histórico contém uma interessante mistura de monumentos barrocos e neoclássicos, bem como um conjunto homogéneo de casas particulares com arcadas, varandas, portões e pátios.

Geografia

Clima

O clima da cidade é tropical (assim como todo o país). A temperatura mínima registada na província de Ciudad de La Habana foi de 2,0 °C em Santiago de las Vegas, no município de Boyeros. Além disso, há uma grande influência da proximidade ao mar sobre o clima, porque a corrente do Golfo passa ao longo de Cuba, fazendo as água quentes do Caribe se movimentarem. A precipitação é abundante em setembro e outubro. Os furacões que atingiram Cuba geralmente não causam grandes prejuízos à cidade, causando um pequeno dano à população na maioria dos casos.

Por causa destes benefícios climáticos da cidade é visitada durante todo o ano. No Verão e no Natal a cidade está cheia de visitantes de outras províncias e países.

Há muitas tradições dependendo da estação, por exemplo, é de boa sorte nadar na primeira chuva de Maio, e as mulheres grávidas não podem sair de casa se houver um eclipse.

Nuvola apps kweather.svg Médias meteorológicas para Havana Weather-rain-thunderstorm.svg
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Média alta °F 78 79 81 83 85 86 90 88 87 84 81 79
Média baixa °F 65 65 67 69 72 74 75 75 74 73 70
Precipitação polegadas 2.50 2.70 1.80 2.10 3.90 720 4.20 3.90 5.70 7.10 3.50 2.30
Média alta °C 26 26 27 28 29 30 32 31
29 27 26
Média baixa °C 18 18 19 21 22 23 24
23 23 21 19
Precipitação mm 63.5 68.6 45.7 53.3 99.1 182.9 106.7 99.1 144.8 180.3 88.9 58.4

Cultura

Havana é local de importantes eventos culturais de caráter internacional tais como o Festival de Ballet de Havana, o Festival do Novo Cinema Latino-Americano, O Festival de jazz Jazz Plaza e O Festival Internacional de Guitarra Leo Brouwer. Cidade natal do poeta e escritor modernista José Martí, é conhecida como a chave do Novo Mundo por sua localização estratégica. Cidade que tem inspirado durante séculos poetas, literatos e músicos e que segue cativando quem a conhece. Sediou os Jogos Pan-americanos em 1991.

Em Havana encontra-se o Aeroporto Internacional José Martí.

A Cidade antiga de Havana e suas fortificações foram incluídos pela UNESCO na Lista do Património Mundial em 1982.

Arquitectura

Colonial e Barroco

Durante a época em que Cuba foi colónia foram trazidas para a ilha grandes riquezas dos colonizadores, e era através de Havana que se fazia grande parte do importante transbordo entre o Novo Mundo e a Europa. Como resultado, Havana era a cidade mais fortificada das Américas. A maioria dos exemplos da arquitectura inicial podem ver-se nas fortificações militares como a Fortaleza de San Carlos de la Cabaña (1558 - 1577), desenhada por Juan Antonelli e o Castelo del Morro (1589 - 1630).

O castelo fica à entrada da Baía de Havana e proporciona uma visão da supremacia e riqueza desse momento. A chamada Havana Velha também era protegida por uma muralha defensiva cuja construção se iniciou em 1674, mas já a cidade tinha crescido para lá desses limites quando se completou em 1767, enquanto se iniciava o novo bairro de "Centro Habana".

Pode ver-se a influência dos diferentes estilos e culturas na arquitectura colonial havanesa, que abarcam o mourisco, espanhol, italiano, grego e romano. O Convento de Santa Clara (1638) é um bom exemplo do Barroco espanhol que influenciou a arquitectura. As grandes janelas do vestíbulo parecem um navio invertido e mostram a habilidade dos artesãos da época.

A catedral de Havana (1748 -1777), que domina a "Plaza de la Catedral" (1749) é o melhor do Barroco cubano. Rodeando-a estão os palácios dos Condes de Casa-Bayona (1720 -1746), Marqueses de Arcos (1746) e Marqueses de Águas Claras (1751 -1775).

Neoclássico

Havana tem uma dívida de arquitectura pelas arcadas rítmicas que foram construídas em sua maioria pelos imigrantes espanhóis. Muitos pátios interiores permanecem similares aos planos de Sevilha, Cádis e Granada. O Neoclassicismo afectou todos os novos edifícios havaneses e pode ver-se um pouco por toda a cidade. Introduziram-se muitos benefícios urbanos nessa altura, como o gás canalizado, a iluminação pública em 1848 e o caminho-de-ferro em 1837. Na segunda metade do século XVIII, o açúcar e a produção de café aumentaram rapidamente e tornaram-se essenciais no desenvolvimento do estilo arquitectónico mais proeminente de Havana. Muitos havaneses endinheirados encontraram inspiração no estilo francês; tal pode ver-se nos interiores de casas da classe alta como o Palácio de Aldama, construído em 1844. Este é considerado o edifício residencial neoclássico mais importante em Cuba e representa o plano de muitas casas deste período com os portais neoclássicos.

Em 1925 Jean-Claude Nicolas Forestier, chefe da planificação urbana em Paris, foi para Havana durante cinco anos e colaborou com arquitectos e arquitectos paisagistas. No plano do "dono da cidade" o objetivo era criar um equilíbrio harmónico entre o formulário clássico e a paisagem tropical. Forestier acolheu a ideia de que o caminho da cidade liga uma rede enquanto se vão acentuando os marcos proeminentes. A sua influência deixou uma marca enorme em Havana embora muitas das suas ideias não tivessem visto a luz do dia devido à Grande Depressão. Durante as primeiras décadas do século XX Havana estendeu-se mais rapidamente do que em qualquer outro momento durante a sua história. As grandes riquezas incitaram estilos arquitectónicos influenciados pelo estrangeiro. O auge do Neoclassicismo veio com a construção do distrito de El Vedado (iniciado em 1859).

Art Nouveau, Art Deco e Ecléctico

No início do século XX, Havana, juntamente com Buenos Aires, era uma das maiores e mais importantes cidades da América Latina, no que se refere à arquitectura. Este período de auge, conhecido como de "vacas gordas", conta com exemplos de edifícios de influência internacional de Art Nouveau, Deco e Ecléctico. Os subúrbios desenvolveram-se no que hoje conhecemos como Miramar, Marianao, Vedado e Playa. O Miramar luxuriante e endinheirado era copiado do modelo do subúrbio americano e regressou depois de 1959 aos bairros de diplomatas, cientistas, embaixadores e turistas.

O Terminal Central de Caminho-de-Ferro (1912), a Universidade de Havana (1906 -1940) e o Capitólio (1926 - 1929) são exemplos de Arte Nova. A cúpula do Capitólio está a 62 metros de altura e era o ponto mais alto na cidade e um exemplo da influência e riqueza que provinham dos Estados Unidos nessa época.

O edifício López Serrano foi construído em 1932 por Ricardo Mira. Foi o primeiro edifício alto em Cuba, e inspirou-se no Centro Rockefeller em Nova Iorque. A sua influência pode ver-se em muitos edifícios de Miami e Los Angeles.

O Edifício Bacardi (1930) é um dos maiores edifícios havaneses e é o melhor exemplo de Art Deco. Fica localizado numa pequena rua que passa perto da entrada da Baía de Havana, onde está o Hotel Nacional, construído em 1929-30 através de um acordo entre os governos cubano e norte-americano.

Apesar de tão grande presença, logo após a revolução cubana foram feitas importantes obras que marcaram um estilo diferente. O Palácio das Convenções é uma mostra da mistura da arquitectura colonial e da influência da União Soviética. Como a cidade é destino turístico, a partir de 1995 foram construídos hotéis como o Melia Cohiba, o Panorama, o Melia Habana e futuramente o Rampa, caracterizados por linhas rectas e vidros, metal e betão.

O Modernismo

Havana, como Las Vegas na década de 1940, desenvolveu-se ao ser comercializada como um destino para jogar e desfrutar de festas em praias de muito sol. Tornou-se então um paraíso para delinquentes e gangsters.

Muitos edifícios de escritórios e complexos de apartamentos, juntamente com alguns hotéis aprovados por Fulgencio Batista, foram dramaticamente alterando a linha da cidade. Assim, o modernismo transformou muita da cidade e deve notar-se nos edifícios individuais de alta qualidade e não nos edifícios maiores. Como exemplo deste último caso indica-se o "Habana Libre" (1958), que antes da revolução era o "Habana Hilton Hotel".

Vários arquitectos famosos, como Walter Gropius, Richard Neutra e Oscar Niemeyer, atravessaram a história arquitectónica da cidade, enquanto se podem também ver fortes influências de Le Corbusier.

O Edificio Focsa (1956), também situado em El Vedado, representa o domínio económico estrangeiro de Havana à época. Este complexo de 39 pisos foi concebido e baseado nas ideias de Le Corbusier de uma cidade autónoma dentro de uma cidade. Contava com 400 apartamentos, garagens, uma escola, um supermercado e restaurantes no topo. Era a estrutura de betão armado mais alta no mundo quando foi construída (não usando nenhuma moldura de aço).

O Hotel Riviera (1957), desenhado por Irving Feldman, sobressaindo no Malecón era outro protótipo de edifício angular e futurista na área de Vedado, impressionante para a sua era. Quando abriu, o Riviera era o casino-hotel de maior dimensão não apenas em Cuba mas em todo o mundo fora de Las Vegas. O Hotel Habana Hilton (hoje Habana Libre), em 1958, superava em tamanho todos os hotéis anteriores em apenas um ano.

Turismo

Havana é repleta de fortificações e estruturas antigas, em sua maioria neoclássicas, que atraem turistas de todo o planeta. Entre várias outras se destaca o Capitólio de Havana.

Locais de Interesse

  • Fortaleza de San Carlos de la Cabaña: é uma fortaleza situada a leste da baía. La Cabaña é a maior fortaleza construída pela Espanha nas Américas. Esta foi construída a partir da invasão Inglêsa e terminou no final do século XVIII. Atualmente a fortaleza é a principal sede da Feria Inernacional del Libro, da Bienal de La Habana, entre outros eventos.
  • Capitolio Nacional: Criada em 1929, tinha como objetivo abrigar o Senado e a Câmara dos Representantes. Este edifício colossal é visível da maior parte da cidade com a sua imponente cúpula. Em seu interior está a Estatua de la República representada pela deusa grega Atena. Hoje em dia lá é a Academia de Ciencias.
  • Castillo del Morro: é uma pitoresca fortaleza localizada na entrada do porto de Havana.
  • Cementerio de Colón: Cemitério e museu que fica ao ar livre. É o mais famoso e maior cemitério das Américas, conhecida por sua beleza e imponência das suas esculturas.
  • La Calle 23 en el Vedado: uma das principais ruas da cidade. Inicia em El malecon, passando por vários ministérios como o da Salud Pública e o do Trabajo. Passa também pela famosa heladería Coppelia (mais conhecida como La catedral del helado-Catedral do Sorvete) e por vários hotéis, clubes e discotecas, atraindo centenas de jovens nos finais de semana.
  • Coney Island ou La isla del coco: Foi um dos primeiros parques temáticos em Cuba e na América Latina, inspirado no lendário parque de Nova Iorque (com o mesmo nome,Coney Island).
  • Catedral Ortodoxa: projetada pelo arquiteto russo Alexei Voronsov, é um edifício monumental bizantino, concluída em 2008, cobrindo uma área de 1 200 metros quadrados. No topo está a igreja, com capacidade para quinhentas pessoas, que é acessível através de degraus de granito.
  • Ciudad Deportiva: Localizado na esquina da Avenida Boyeros e da Vía Blanca, foi casa por quase cinco décadas de inúmeros eventos esportivos, políticos, educacionais e culturais. Possui também um complexo de estádios e piscinas.
  • La Fuente Luminosa: está localizada em uma grande rotatória entre a Calle 26, a Vía Blanca e a Avenida de Rancho Boyeros.
  • Plaza Vieja: Originalmente chamada de Plaza Nueva. O conjunto urbano arquitetônico da praça é representado pelas valiosas e antigas construções coloniais dos séculos XVII, XVIII e XIX.
  • Palacio de la Revolución: O Palacio de la Revolución é o principal edifício da Plaza de la Revolución. Originalmente abrigava o Palacio de Justicia e o Tribunal Supremo.
  • Museo Nacional de Bellas Artes: O Museo Nacional de Bellas Artes, dedicado à arte cubana e universal, conserva o principal patrimônio artístico do país.

Economia

O desenvolvimento económico de Havana deveu-se, em grande medida, à sua localização geográfica, que a converteu em um dos principais nós comerciais do Novo Mundo. Desde o início a cidade encontrou uma fonte de enriquecimento na indústria açucareira e no tráfico de escravos, e posteriormente quando Cuba chegou à independência, transformou-se num famoso destino de férias. Apesar ds esforços que o governo de Fidel Castro fez para levar a produção industrial a todos os locais da ilha, Havana continua a ser o centro de uma grande parte da produção nacional industrial. A tradicional indústria açucareira, que durante três séculos sustentou a economia insular e que actualmente controla três quartos das exportações do país, está distribuída por outras localidades. Mas é em Havana que estão concentradas muitas das instalações da indústria ligeira, embaladoras de produtos cárnicos e indústrias químicas e farmacêuticas.

Outras importantes indústrias situadas em Havana são as fábricas de elaboração de alimentos, de montagem de veículos, as produtoras de bebidas alcoólicas (especialmente o rum), indústrias têxteis e de produtos do tabaco, especialmente ds famosos havanos, um produto de renome internacional. Embora os portos de Cienfuegos e Matanzas se tenham desenvolvido com o governo revolucionário, Havana continua a ser o porto principal de Cuba: 50% das importações e exportações passam pela cidade. Este porto sustenta ainda uma indústria pesqueira considerável.

Por causa do colapso da União Soviética em 1991 e a intensificação do embargo dos Estados Unidos contra Cuba, Havana e o resto do país experimentaram a sua pior crise económica desde o triunfo da revolução em 1959. Esta crise foi denominada oficialmente de "Período Especial em Tempo de Paz". Os efeitos do Período Especial e a consequente escassez de alimentos tiveram repercussões mais sérias na cidade de Havana. Esta cidade, com 2,5 milhões de habitantes (cerca de um quinto da população total do país), é a maior da região do Caribe. Além da diminuição na produção de alimentos necessários para abastecer a capital, sofre também a escassez de petróleo, necessário para transportar, refrigerar e armazenar a comida proporcionada pelo sector agrícola rural. Havana tem sido designada como prioridade do Programa Nacional de Alimentos e a agricultura urbana foi uma das medidas tomadas para aumentar a segurança alimentar da cidade. A partir da queda da União Soviética, Cuba fez reanimar a indústria do turismo, que é actualmente a principal fonte de receitas da cidade e de todo o país. Além disso, na década de 1980 construiu-se na parte oeste da cidade um Polo Científico com instituições do sector da Biotecnologia, que com um alto valor intrínseco exportam produtos como medicamentos, equipamentos e vacinas, que competem com homólogos ds países mais desenvolvido neste sector. A cidade conta com um sector de serviços em ascensão, com sucursais de todo o tipo, desde automóveis como Peugeot ou Mercedes-Benz, até famosas marcas de perfumaria e moda como Dolce & Gabbana, Zara ou Benetton, o que tem feito renascer antigas artérias comerciais como o "Boulevard de San Rafael", "Galiano" ou a "Calle Obispo".

Transportes

Havana era antigamente conhecida por uma excelente rede de transportes públicos, quer de autocarros/ônibus quer de táxis. Um sistema de metropolitano baseado no esquema de Nova Iorque foi proposto em 1921. Em 1959, os autocarros de Havana fizeram mais de 29 000 viagens diárias numa densa rede viária que permitia atingir os 600 000 habitantes de Havana nessa data. Depois da revolução socialista, todos os negócios privados foram confiscados pelo estado, e o transporte público ficou sob direção do Ministério dos Transportes (MITRANS). Hoje fazem-se 8000 viagens diárias, para uma população que é o triplo da de 1959, com evidente degradação da qualidade de serviço.

Rodoviário

Os transportes rodoviários públicos de Havana são feitos por duas divisões, a Omnibus Metropolitanos (OM) e a MetroBus. Os autocarros MetroBus são conhecidos como "camellos" pelos havaneses. Operam as rotas principais.

Aéreo

Havana foi o destino do primeiro voo internacional de uma companhia aérea dos Estados Unidos: em 1927 a Pan-American Airlines de Rickenbacker voou de Key West, na Florida, para Havana. Em 1946, um pioneiro cubano chamado Reinaldo Ramirez iniciou uma rota, a primeira da América Latina para a Europa, que ligava Havana e Madrid. O avião chamava-se "La Ruta de Colon", e o nome da companhia aérea era "Aerovias Cubanas Internacionales". O terminal aéreo principal de Havana é o Aeroporto Internacional José Martí, tanto pelo nível de tráfego aéreo como em número de passageiros. Tem voos diretos para muitos destinos na América e Europa.

A Cubana de Aviación é a companhia aérea nacional cubana e opera com aviões maioritariamente de origem russa. Outras companhias são a AeroCaribbean e a Aerogaviota, que voam no espaço caribenho e centro-americano.

Na cidade há outros aeroportos de menor relevância: o "Ciudad Libertad" (no município de Playa), Managua (a sul da cidade, no município Arroyo Naranjo) e o de Baracoa (a oeste, no município de Playa), destinados às forças armadas e a voos nacionais.

Ferroviário

Havana é o centro nevrálgico do transporte ferroviário de Cuba, tanto de carga como de passageiros. Na cidade produzem-se produtos vitais para o interior, fundamentalmente aço, equipamentos, ou produtos da indústria ligeira. Recebe importantes carregamentos de alimentos, cimento e minerais para o processamento nas grandes indústrias. O transporte de passageiros não recuperou ainda da crise de finais do século XX, mas actualmente assinaram-se convénios com a Venezuela e a República Popular da China, para a reparação das vias e a compra de novos equipamentos. As duas estações principais são a "Estación Central de Ferrocarriles" e a "Estación La Coubre"

Fotografias Zito Colaço