quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Parque Natural do Douro Internacional, Portugal.


Parque Natural do Douro Internacional

É um dos mais recentes parques naturais de Portugal, criado em 1998. Embora sedeado em Mogadouro, o seu eixo é o longo troço do Douro, entre Miranda do Douro e Barca d´Alva. O rio, outrora correndo no fundo de gargantas rochosas, está hoje domado por cinco grandes aproveitamentos hidroeléctricos, três em Portugal - Miranda, Picote e Bemposta - e dois em Espanha - Aldeadavila e Saucelle. Durante 120 km vai marcar a fronteira entre os dois países.


São 85 150 hectares de área protegida, não apenas de arribas do Douro e do seu afluente Águeda (que marca a fronteira entre Barca d´Alva e Castelo Rodrigo) mas também do planalto mirandês, dos cerros florestados de Mogadouro, do lindíssimo vale da ribeira do Mosteiro (Freixo-de-Espada-à-Cinta) e, já na margem esquerda do Douro, da albufeira de Santa Maria de Aguiar, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo.

Do ponto de vista botânico merecem referência os bosques endémicos de zimbro, as manchas de azinheira (carrasco), sobreiro, carvalho e lódão. Em temos de fauna, predominam as aves, nomeadamente as que nidificam nos afloramentos rochosos. É o caso da cegonha-preta, do abutre do Egipto (símbolo deste parque natural), do grifo, da águia-real ou da águia de Bonelli. O microclima das arribas do Douro permite culturas agrícolas mediterrânicas das quais o olival é a mais difundida. A vinha marca presença, até porque a região demarcada do Douro não está longe. As maiores concentrações ocorrem na zona ribeirinha de Bruçó e do Picote (onde os vinhedos rasteiros produzem o típico vinho do planalto mirandês) mas também em Freixo-de-Espada-à-Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo.

Pelas mesmas razões aqui se desenvolvem os amendoais e os laranjais. Vale a pena vir ao Douro em Fevereiro ou Março para assistir ao espectáculo das amendoeiras em flor. Nos planaltos predomina o sequeiro extensivo, com trigo, aveia e centeio. As parcelas de cereais com arvoredo na bordadura, juntamente com os matos e os férteis lameiros, desenham o mosaico da paisagem. O parque natural abrange parte significativa de raças autóctones, como os bois bordaleses e as ovelhas churras, mirandesas ou da Terra Quente.

A estrutura do amanho da terra tem permitido a conservação de bosques e matagais, com elevada biodiversidade. O património arqueológico é vasto, confirmando a antiguidade da presença humana na região (recorde-se que o Parque Arqueológico do Côa, com as suas gravuras paleolíticas classificadas pela UNESCO como Património Mundial, se situa na continuidade, para sul, desta área protegida). A área do Douro Internacional é muito rica em tradições etnológicas, artesanato e gastronomia.

O folclore tem a sua expressão mais conhecida nos Pauliteiros de Miranda: uma dança ao som de gaita de foles, só para homens que usam saiotes e se esgrimem com paus, num simulacro de luta. A sua língua arcaica, o mirandês, ainda se pode ouvir nas aldeias e foi objecto de reconhecimento oficial (não se trata de um dialecto, já que as suas raízes são tão antigas como as do português e do castelhano).

Da gastronomia da região destacam-se a "posta" mirandesa, o cabrito e o cordeiro assados, os vinhos (do Porto e do Planalto), o azeite, o queijo de ovelha e de cabra, o mel e os frutos secos, sem esquecer os enchidos. Estão já a funcionar, organizados pelo Parque Natural do Douro Internacional passeios de barco em diversos locais.








Fotografias Zito Colaço

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

no Lago de Sanabria, Espanha.






LAGO DA SANABRIA

O Parque Natural do Lago da Sanabria, criado em 1978, está situado no extremo Noroeste da província de Zamora e possui uma extensão de 22 365 hectares que corresponde, na maior parte, a área de média e alta montanha das serras de Segundera e Cabrera. Toda a região é atravessada por caminhos e trilhos de montanha, muitos dos quais são utilizados desde há séculos pelos habitantes como forma de comunicação entre aldeias. É mesmo possível escolher rotas temáticas, segundo aquilo que mais nos interessa ver: arquitectura tradicional, fauna e flora, arqueologia e até referências literárias, como é o caso da Rota de Dom Quixote. O melhor contacto para informações é a ADISAC, uma associação para o desenvolvimento integrado da região sanabresa, sediada em Puebla de Sanabria, nº7 da Calle Matadero
www.desanabria.org

Fotografias Zito Colaço